Os abusos cometidos em nome do amor

Sim, em nome do amor que dizemos sentir – cometemos abusos.

Abusamos do laço que nos une e os tornamos amarras. O amor passa ser obrigação.

  • Obrigação de presença.
  • Obrigação de reciprocidade.
  • Obrigação de realizar os sonhos.
  • Obrigação de sermos a pessoa idealizada.


Grande parte das vezes não percebemos que não é amor. É o contrário.

Em nome do amor, queremos escolher o tempo do outro, queremos escolher o jeito dele ser. Queremos determinar o que ele deve fazer.

Em nome do amor, cometemos “sincericídios”. Dizemos tudo, porque a intimidade me permite.

Em nome do amor, não nos comunicamos. Ofendemos. Esbravejamos.
Em nome do amor, matamos o livre-arbítrio.

Como se o ato de amar  me desse direitos. Porém, o amor liberta, o amor faz crescer. O amor respeita. O amor não invade. E amor não se exige.

Muitos relacionamentos abusivos acontecem dentro de uma relação aparentemente amorosa. O abusador não necessariamente tem cara feia, não anda armado. Muitas vezes, é alguém que sofre e não sabe amar. E por não saber amar, ele confunde o que sente com amor.

Em maior ou menor medida, muitas vezes cada um de nós também tem atos abusivos. Como mãe, reflito muito sobre isto. Sobre como exijo da minha filha algo que eu entendo ser uma resposta natural ao que dou por amor.

E aí, sempre que identifico isso, o entendimento vem automaticamente: se houve alguma exigência, não houve amor.

O amor é liberdade. De ser, de estar.

Se entendêssemos isto, saberíamos que só voltamos onde nos sentimos bem, acolhidos e livres.

O amor é escolha. De sermos e estarmos como e onde quisermos. E ainda assim, é amar.

Embora muito se tenha falado sobre relacionamentos abusivos hoje, poucas vezes percebemos que os abusos acontecem em diversos tipos de relacionamentos – os amorosos, os paternos e maternos, os fraternos.

E se por acaso, em algum momento você perceber que precisou explicar muito suas escolhas ou quem você é, ou ainda, se desculpar demais – avalie. Talvez estes relacionamentos não sejam por completo abusivo, mas tenha atitudes distorcidas.

Que possamos ousar olhar para além da nossa perspectiva e observar em nós, a nossas medidas do amor… ou que tipo de abuso cometemos em nome do amor.

Com carinho e amor,
Andréia Moretti
Uma terapeuta de si mesma

Colunista do Fora da Trama

Andreia Moretti – Terapeuta Integrativa no Espaço Vida. Ao mesmo tempo, Gestora do Instituto Davi Moretti Lazarin. Formada em Letras e entusiasta de temáticas que promovam autoconhecimento e a vida com plenitude. Produz conteúdo para seu novo canal no Youtube, além de ser Colunista do FDT.  

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Grupo Fora da Trama

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Trabalho voluntário idealizado com o propósito de somar no combate à violência e apoiar o caminho de superação de relacionamentos abusivos. @foradatrama